O ano de 2019 já começou com cortes orçamentários na universidade estadual em greve. O “governo” (desgoverno, em verdade) de Caiado ainda não pagou o salário de dezembro dos professores da Universidade, assim como o salário dos trabalhadores em educação das escolas estaduais.
Segundo o movimento “UEG em movimento”, que reúne estudantes, técnicos administrativos, e professores em uma luta unificada, eles lutam por: pagamento referente ao mês de dezembro de 2018 para os docentes e técnicos, além das bolsas estudantis em atraso. Exigem a destinação de 5% da receita líquida do estado somente para a UEG; a ampliação imediata das vagas para docentes do quadro efetivo com titulação de mestres, doutores e pós-doutores, assim como melhorias na estrutura. Atualmente, a universidade recebe 1,2% do que é arrecadado pelo estado. A volta às aulas só vai acontecer quando as pautas forem atendidas.
Para piorar, como já foi denunciado pelo Sindicato Comando de Luta de Aparecida de Goiânia, e o SIMSED (Sindicato Municipal dos Servidores em Educação de Goiânia), o SINTEGO (Sindicado dos Trabalhadores em Educação de Goiás) tem tido posições extremamente oportunistas. Houve um momento em que o SINTEGO (ou Sintrego, como é chamado popularmente pela categoria, em razão da sua posição omissa, vendida e comprada) foi escarneado pela imprensa de Goiás [1], onde denunciaram que o sindicato estava com a mesma posição do governo.
Enquanto isso, ainda não sabemos se o pagamento de dezembro virá. Como informa o mesmo veículo de imprensa [2], a liberação da folha foi adiada por Caiado; ou seja, mais tempo para os servidores estaduais receberem o salário de dezembro.
Esse latifundiário já nomeou uma dezena de parentes para o seu governo, reproduzindo mais uma vez as políticas semi-feudais de um país com capitalismo burocrático agonizante, como denunciou muito bem o Jornal Opção.[3] O que esperar de um governador que dá privilégios para seus parentes, faz festas estrondosas com servidores em greve?[4] Nada de novo sob o sol.
A mesma politicagem bandida roubando os mínimos direitos do nosso povo. A universidade estadual de Goiás tem mais de 42 Campus instalados por todo o estado, ajudando a formar dezenas de filhos de nosso povo, já que grande parte delas se encontram no interior, locais mais esquecidos pelo velho Estado goiano. E são esses mesmos filhos do povo que estão se levantando contra os ataques à educação de nova ingerência. Ao contrário do que alguns afirmam, Caiado não tem contradição antagônica alguma com o governo de Marconi; pelo contrário, é sua continuação. E aprofundará ainda mais o corte de direito para a população goiana, na qual, como exemplo prático, podemos ver o pacote de maldades que a Secretaria de Educação de Aparecida de Goiânia quis enfiar na garganta dos servidores da educação municipal. [5]
O único caminho para barrarmos esse corte de direito é nos juntarmos ao chamado da greve geral de resistência nacional! E como devemos fazer? Ocupando as universidades e escolas públicas, impedindo o fechamento da mesmas, que é o plano do governo estadual. Numa tentativa nada nova, Caiado quer aplicar o velho sucatear para privatizar. Como o Encontro Pernambucano colocou, em sua carta à Comissão Política do Bandejão da UERJ (que à época estava lutando contra o fechamento do RU da UERJ – Universidade Estadual do Rio de Janeiro): “É nesse sentido que a ocupação do Restaurante Universitário de UERJ possui um significado histórico. Pois a forma dessa luta, mais do que impedir a privatização, a partir do controle estudantil da universidade, possibilita a garantia dessa conquista. Como vimos na decisão do STF, tudo que conquistamos, todos nossos direitos, podem ser retirados com uma “simples reinterpretação da lei”; é a luta e revolucionarização da universidade que podem garantir de fato o nosso direito à gratuidade. Mais do que um boicote às futuras taxas, vocês se anteciparam ao plano privatista do Reitor (que sucateando iria criar a justificativa para cobrar mensalidades dos alunos).” [6] Ou seja, colocar a universidade para funcionar a serviço do povo, com a participação massiva principalmente dos estudantes, para garantir que tomemos o rumo da universidade e lutar pelo cogoverno estudantil, bandeira histórica da Revolta de Córdoba, que completou seu centenário em 2018.
Dezenas de campus já entraram em greve, e outros aprovaram indicativo de greve. [7] A dor de cabeça da nova ingerência de Goiás está apenas começando. Onde há opressão, há resistência!
Defender a universidade pública, gratuita, democrática, autônoma e a serviço do povo com unhas e dentes!
Para barrar a precarização, greve geral, greve geral na educação!
Abaixo o governo anti-povo de Caiado e sua quadrilha!
Notas:
[5] http://educacaoemlutadeaparecida.blogspot.com/2019/01/panfleto-informativo.html
[7] https://www.emaisgoias.com.br/campus-eseffego-da-ueg-deflagra-greve-por-tempo-indeterminado/