Executiva Rondoniense realiza vitorioso pré-ENEPe!

No dia 03 de outubro, a Executiva Rondoniense de Estudantes de Pedagogia (ExROEPe), o Centro Acadêmico de Pedagogia (CAPED-Professor Zenildo Gomez da Silva) e o Diretório Central dos Estudantes da UNIR Gestão Resistir é preciso! Organizaram o Pré-Enepe Rondoniense. Devido às restrições sanitárias não foi possível realizar o evento nas dependências de instituições de ensino. A falta de local para realizar o evento presencial não abateu a juventude que rapidamente encontrou um local de floresta em um bairro periférico da capital para realizar seu vitorioso evento.
Prontamente os jovens se organizaram com inchadas, foices, picaretas e realizaram um multirão para limpar o local onde o evento ocorreria.


A Comissão organizadora do Pré-Enepe preocupada com a situação da Pandemia delimitou algumas regras durante o evento. As cadeiras, improvisadas, ficaram com espaçamento de um metro e meio entre cada participante e uma mesa com álcool em gel e água sanitária estava disponível para aqueles que não tivessem trazido seu material de higiene individual.


Além disso, o uso de máscaras era obrigatório, mesmo o espaço sendo ao ar livre. Houve muita concentração e disciplina durante todo o tempo, mesmo com o barulho de aves como os papagaios e araras que festejavam ao cair da tarde, com macacos que saltitavam de galho em galho, ou os mosquitos que já apareciam em busca de alimentos em tantas pernas descobertas. A insistência por fazer o Pré-enepe presencial mesmo nas condições relatadas demonstrou a combatividade e a resistência dos estudantes de pedagogia da UNIR.


A programação do evento teve duas mesas de debates a fim de preparar os estudantes acerca da temática do 40º ENEPe.


Na primeira mesa discutiu-se a Situação Política Nacional com um Professor convidado do Instituto Federal de Rondônia. O Palestrante ressaltou a situação em que nosso País se encontra, de miséria, desemprego, destruição da educação pública e do SUS, da retirada de direitos dos trabalhadores, da criminalização e repressão fascista sobre nosso povo; que o auxílio emergencial tem o objetivo de conter a inevitável rebelião do povo miserável das periferias brasileiras. Destacou os exemplos de luta classista que o povo vem travando em meio a Pandemia, como as rebeliões contra o racismo desencadeadas nos Estados Unidos e em várias partes do mundo pelo assassinato de George Floyd e tantos outros filhos do povo assassinados a séculos pelos tiranos a serviço do Estado. Que esses tiranos cumprem o mesmo papel no Brasil com sua “Guerra às drogas” nas cidades para matar preto e pobre e “Garantia da Lei e da Ordem” (GLO) no campo para reprimir e massacrar os que lutam por um pedaço de terra para viver e trabalhar. O Professor concluiu a fala colocando em perspectiva os grandes levantamentos do povo em luta procurando por sua justa vingança contra séculos de exploração e humilhação.


A segundo mesa, denominada: Barrar a imposição da EaD impulsionando o Boicote! Contou com a presença de uma Professora do Departamento de educação da UNIR. A Palestrante iniciou com um breve histórico do processo de privatização do ensino superior brasileiro destacando a interferência dos órgãos multilaterais do imperialismo, como o Banco Mundial e das organizações empresariais, como o Todos pela Educação (TPE), que definem as políticas educacionais brasileiras transformando a educação em mercadoria. Colocou a seguinte questão: Com que interesses os grandes empresários, a Fundação Lemann e os bancos provados participam desses projetos para a educação? “Porque são bonzinhos? Não nos enganemos! Estes têm em suas mãos os planos de destruição da educação pública. Foram eles que orientaram a Reforma do Ensino médio, a BNCC a BNC e são eles os interessados em privatizar completamente o ensino superior brasileiro”. Sobre a EaD/ensino remoto a palestrante afirmou que os organismos multilaterais do imperialismo e os grandes capitalistas querem é transformar o fechamento das escolas e universidades em oportunidade para o mercado. A perda de vidas humanas durante a pandemia se transformou em oportunidade para o capital. Destacou que esse tipo de ensino exclui a maioria dos estudantes de baixa renda. Dentre eles estão os negros, os deficientes, indígenas, camponeses, quilombolas, etc. Não há auxílio digital para todos os que necessitam. A maioria vai ficar para trás. Isso fere o artigo 205 da Constituição brasileira e os artigos 1º, 2º e 3º da LDB que asseguram igualdade de acesso e permanência dos estudantes em todos os níveis de ensino. O segundo aspecto é que o ensino remoto significa precarização do ensino e do trabalho docente, um ensino precário e tecnicista. E o mais grave, conforme a professora, é que o ensino remoto trás consigo o processo de privatização da educação pública. Os verdadeiros beneficiados com o ensino remoto e EaD são as emissoras de televisão e telefonia, organizações sociais (OS), setor privado de tecnologia, consultores com seus pacotes de aprendizagem digitais ou impressos e as grandes empresas transnacionais do mercado de tecnologia digital, as cinco grandes do BigData – Google, Apple, Facebook, Amazon e Microsoft. Encerrou denunciando a EaD como instrumento da mercantilização da educação básica e superior e de controle dos estudantes e professores e das instituições de ensino. O governo vai baratear a educação dos pobres que terão um ensino mínimo voltado ao mercado de trabalho, destruir a carreira docente, substituindo os professores por aulas digitais e exercer ainda mais um ensino tecnicista que despolitiza e aliena cada vez mais a juventude e os trabalhadores da educação. Finalizou chamando para a luta contra a destruição da educação pública, em defesa da universidade pública, laica, gratuita, democrática e de qualidade e que devemos lutar com todas as nossas forças pelo direito de estudar e de aprender, pelo direito a uma educação científica, que sirva ao povo.


Os debates das duas mesas foram muito participativos. Os estudantes criticaram o processo de implantação do ensino remoto na UNIR, que aprovou Resoluções concedendo aos departamentos total liberdade para oferecer todas as disciplinas do currículo para todas as turmas, de todos os cursos de graduação e da pós graduação: Educação a distância em larga escala. Ao mesmo tempo, a reitoria teve o descaramento de oferecer apenas 1700 auxílios de inclusão digital para serem disputados por milhares de estudantes. Todas as posições dos estudantes nas discussões foram no sentido de fortalecer o boicote. Os estudantes não devem se matricular nas disciplinas. Devem boicotar o ensino remoto na UNIR, fazer manifestações e greve de ocupação, resistir em defesa da qualidade do ensino. Essa campanha do boicote está sendo organizada pelo DCE e pelo CAPED Zenildo Gomes.


Durante todo o evento, os estudantes entoaram canções de luta e palavras de ordem. Ao final, no encerramento houve um delicioso cachorro quente, com muita integração e bate papo, sempre respeitando as regras sanitárias de distanciamento. Um verdadeiro exemplo de disciplina e organização.

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