Um ato pela reabertura das escolas públicas com protocolos sanitários adequados foi organizado no dia 17 de abril, em Curitiba, por estudantes, pais e professores. O ato ocorreu no bairro Guaíra, nos entornos do Colégio Estadual Santos Dumont (CESD), que tem enfrentado diversas medidas de sucateamento e ameaça de fechamento definitivo, como apontam os organizadores do ato.
Os participantes marcharam pelas ruas do bairro em direção à escola panfletando para moradores e promoveram uma grande colagem de lambes e cartazes nos muros da escola. As reivindicações expressas nas paredes exigiam a reabertura das escolas públicas com medidas sanitárias adequadas, o fim da intervenção da secretaria de educação na escolhas de diretores (que ignora o processo de eleição dos diretores pela comunidade escolar) e a vacinação imediata de toda a população, especialmente dos trabalhadores da educação.
Organizações democráticas como a Executiva Paranaense de Estudantes de Pedagogia (ExPEPe), a Frente Estudantil Contra a Educação a Distância (FECEaD) e o Comitê de Saúde Popular – Parolin (CSP-Parolin) somaram-se ao ato e realizaram intervenções políticas.

DESMONTE DA EDUCAÇÃO PÚBLICA É O PLANO DO GOVERNO
No final de 2020, o governador do Estado Ratinho Junior e o secretário de Educação Renato Feder aproveitaram-se da pandemia para fechar as portas de diversos escolas estaduais da cidade.
Com a implementação do Ensino Remoto, a imposição da educação à distância obrigou os pais a se tornarem professores da noite para o dia, fazendo o papel da escola, sem nenhum preparo e apoio para tal. A Secretaria de Educação realizou ainda a aprovação compulsória de todos os alunos, como se pudesse considerar atividades impressas e videoaulas como aulas dadas.
Durante o ato, o enorme déficit de professores também foi denunciado, sendo evidente que essa situação é parte de uma política do governo para dar seguimento ao desmonte da educação pública. Em verdade, o Governo do Estado não realiza um Concurso Público há mais de 7 anos no Paraná. No CESD, há apenas 7 professores contratados para atender mais de 300 alunos.
Além do colégio em questão, outras 14 escolas da rede estadual tiveram as eleições de diretores canceladas e sofreram imposição de interventores sem ligação alguma com a comunidade escolar. Pais de alunos denunciam a negligência da atual interventora em fornecer informações a respeito da situação da escola.
Ainda de acordo com os pais, a diretoria imposta tem negado aos alunos até mesmo a disponibilização gratuita das atividades impressas, que quase em nada auxiliam no processo educacional e formativo dos mesmos. Em plena pandemia, com índices de desemprego e fome nunca vistos em nosso país, os kits de alimentação que eram entregues pela escola foram reduzidos em quantidade distribuída e em tamanho.
