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O número de estudantes sem acesso à educação no Estado do Rio cresceu 15 pontos percentuais durante a pandemia, segundo dados de uma pesquisa do Unicef lançada nesta quinta (29).
O estudo apontou que a exclusão escolar, que atingia 2,1% dos estudantes entre 4 e 17 anos em 2019, passou a impactar 17,2% das crianças entre 6 e 17 anos em 2020.
O levantamento mostrou ainda que mais de 458 mil alunos no estado não frequentavam a sala de aula ou não participavam de atividades escolares em novembro do ano passado.
A exclusão escolar no Brasil atingiu principalmente crianças em fase de alfabetização:
- 41% delas tinham entre 6 e 10 anos de idade;
- 27,8% tinham entre 11 e 14 anos;
- 31,2% de 15 a 17 anos.
O estudo mostrou também que a exclusão escolar afeta principalmente os alunos de baixa renda. Milhares de crianças e adolescentes deixaram de estudar durante a pandemia por problemas como dificuldade de acesso à internet.
Arthur, de quatro anos, está matriculado numa creche municipal de Santa Cruz , na Zona Oeste do Rio. Longe da sala de aula, o menino aprende o conteúdo em casa. O pai diz que o desafio é grande, porque não consegue navegar no sistema da prefeitura, o Rio Educa.
“O sistema está ruim. Não estamos conseguindo entrar. Então temos que ir na escola para pegar o material e fazer as aulas”, diz Alexandre, coletor de lixo.
A pandemia comprometeu o ensino de crianças da educação infantil e também jovens que cursam o ensino médio.
Para o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), os números são alarmantes.
“Esses números nos colocam em risco de retroceder quase 20 anos. Esse é o momento de uma ação urgente para não termos o risco de um retrocesso tão grande”, afirma a representante do Unicef Immaculada Prieto.