No dia 17 de maio, estudantes de enfermagem da Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR), do campus da cidade de Paranavaí, conquistaram o direito de realizar (e assim o fizeram) aulas práticas presenciais de seu curso.
Esse fato não foi fortuito ou por acaso, mas fruto de dura luta de meses em favor das aulas presenciais para a saúde, combinando a luta pela necessidade da formação de qualidade para os estudantes e da necessidade da formação de profissionais de saúde para servir ao povo nessa dura época de pandemia, que exige quantos bons enfermeiros e trabalhadores habilitados na área.
Inicialmente como noticiado pelo site da Exnepe, a direção da UNESPAR através do Estado impedia o retorno presencial através da não compra dos insumos e EPI’s estritamente necessário para que o retorno seguro acontecesse. Tal atitude era um ataque à formação dos alunos de enfermagem e ao nosso próprio povo, em contexto de pandemia, dado que muitos enfermeiros da região tinham sido formados no próprio campus da universidade.
O Centro Acadêmico de Enfermagem, gestão Wanda Horta, apoiado pelo movimento estudantil local e pela coordenação do curso, no dia 24 de fevereiro se alçou à luta, iniciando uma campanha por arrecadação de doações de para a compra EPI’s e insumos.
A campanha arrecadou até agora mais de R$3.000,00, o que possibilitou a compra de jalecos descartáveis, “face shields” e outros EPI´s por meio do CA. Como parte da mobilização e arrecadação aconteceu através de um evento científico online no mês de março e que também contribuiu na formação dos acadêmicos. Isso deixa claro o seguinte recado: o povo consegue tudo através de sua organização, sua mobilização e sua luta.
Além disso, se mostrava necessário a elaboração de um protocolo interno de biossegurança, normatizando as condições sanitárias que possibilitariam o retorno presencial em segurança de acordo com a infraestrutura do campus. Protocolo esse onde estudantes que compõem a atual gestão do C.A fizeram parte de toda elaboração e estão presentes também na fase de avaliação prática desse protocolo.
O resultado da mobilização é essa grande conquista: retorno das aulas práticas de 3 turmas de enfermagem, do 1°, 2° e 3° ano, com 10 alunos de cada para validar o protocolo, confrontando-o com a prática e sendo feitos os reajustes necessários. Tudo por 10 dias, que é a quantidade que o material arrecadado pode suportar. Junto a isso, soma-se a forte pressão dos estudantes para que o governo do Estado banque a partir de então os insumos, possibilitando o retorno às aulas de todos os estudantes de enfermagem, seguindo estritamente o protocolo. Essa marcha dos estudantes obriga o governo a se mexer, põe a nu o absurdo de sua inércia e de seu imobilismo.
Pela abertura completa e duradoura das aulas presenciais de enfermagem na UNESPAR!