Enfrentando adversidades, estudantes de pedagogia e professores democráticos, conquistaram a realização do Seminário de Formação, dentro da Universidade de Pernambuco, persistindo na importante mobilização das universidades contra os ataques do governo militar genocida de Bolsonaro. Para assegurar as medidas sanitárias, a participação presencial foi limitada havendo uma transmissão online para os que não estavam no local do evento.
A vigorosa mobilização, atendendo a convocação da Executiva Nacional de Estudantes de Pedagogia e do DA Pedagogia e Resistência – UNEB Juazeiro-BA, expressou a necessidade da luta presencial, classista e independente para a defesa das universidades e do povo em meio a pandemia.
A mesa inicial contou com a saudação dos estudantes, professores, direção de uma escola da rede básica e alunos do comitê sanitário. Prosseguindo, a respeito do debate de situação política, uma integrante de um movimento de mulheres relacionou as manifestações recentes e o importante movimento das massas em meio a tamanha crise. Apresentando a importância de uma participação ativa do campo democrático no apoio a luta popular e em resposta aos ataques apelativos de Bolsonaro a todos os que lutam, seja no campo ou na cidade.

O fascista tenta criminalizar a justa luta pela terra e por pão, acusando os camponeses do acampamento Manoel Ribeiro de aterrorizar o estado de Rondônia enquanto defende as verdadeiras operações de guerra contra o povo a exemplo da que ocorreu na favela do Jacarezinho(RJ) onde todos os direitos civis foram negados a milhares de moradores no dia da incursão. A mobilização das massas na cidade e a vigorosa luta camponesa, que despertou solidariedade de centenas de entidades populares e organizações democráticas de todo o mundo, leva ao campo democrático o dever de posicionar-se ao lado das amplas massas populares. E mesmo diante de tantos perigos, acrescenta, há perspectiva de grandes transformações!
No período da tarde, os estudantes conformaram uma mesa, sobre a educação, com duas representantes do movimento estudantil e uma professora. Discutiu-se o tema do encontro: CONTRA O CORTE DE VERBAS NA EDUCAÇÃO: DEFENDER A UNIVERSIDADE PÚBLICA E A PESQUISA NACIONAL!
A segunda mesa do seminário trouxe a explicação de que a crise global e estrutural do capitalismo fora agravada pela pandemia do coronavírus colocando o Brasil, país atrasado do terceiro mundo, em situações de maior desemprego, aprofundamento de contrarreformas (previdência, trabalhista) e da exploração do trabalho. Dessa forma, a educação precisa ser analisada nesse contexto de crise e relação de submissão perante potências estrangeiras através de políticas educacionais e econômicas.

As reformas educacionais são pensadas e planejadas para atender as necessidades do sistema em questão, trazendo conteúdos flexíveis, formação ordenada, psicológica onde os especialistas pensam, planejam e o professor apenas executa. A EAD é colocada em 1995, pelo Banco Mundial e UNESCO, como um dos pontos cruciais para a educação do futuro. Seguindo essa concepção entre 1997 e 2005 vemos a EAD tornar-se modalidade e ser regulamentada; e através de políticas educacionais e decretos governamentais atingir números consideráveis dentro das universidades públicas e privadas em apenas 10 anos (2006-2016).
O avanço da modalidade atualmente se reflete no ensino remoto e uma das medidas mais drásticas do MEC é a permissão do aumento da carga horária em educação a distância e imposição aos alunos da rede básica ao usar a pandemia como justificativa para o fechamento das escolas. Estudantes denunciaram a precarização da educação com os cortes de gastos nas universidades e a necessidade de levantar-se para a luta de forma cada vez mais consequente exigindo a vacina para o retorno gradativo e presencial nessas universidades e escolas.

Esses espaços fechados e o uso do ensino remoto para nada servem a não ser para reforçar o controle político e ideológico, a formação aligeirada e tecnicista minimizando a relação entre teoria e prática no processo de ensino aprendizagem. É a tentativa de minar todas as possibilidades criticidade dentro dos espaços educacionais e de impedir os alunos de compreender os fenômenos sociais em sua essência. O impacto direto na vida acadêmica dos estudantes e a ameaça a existência das universidades públicas, principais produtoras da pesquisa nacional em nosso país. também foi evidenciado.
Ao final do encontro os participantes reafirmaram o compromisso com a luta e convidaram a todos os que defendem a educação gratuita, pública e de qualidade a participarem ativamente. Foram aceitas em votação as seguintes propostas: Moção do Seminário em apoio a liga dos camponeses pobres de Rondônia; a convite de uma aluna, visitar as aulas do comitê sanitário, participação do 24º FONEPe em SP enviando as devidas representações.