Na última terça, dia 23 de novembro, às 10h da manhã, em celebração ao Dia Nacional de Lutas da Pedagogia, realizou-se uma aula pública em frente a Universidade Federal do Pará (UFPa), onde estudantes de pedagogia e de licenciaturas denunciaram os cortes de verbas nas universidades e seu processo de sucateamento. Foram distribuídos panfletos, boletins e adesivos da ExNEPe contra os cortes de verbas, em defesa da pesquisa nacional, da tática da greve de ocupação e contra a BNC-FP.
Os estudantes demonstraram através de exemplos, que os cortes de verbas na educação e na ciência já se refletem no atraso das bolsas de pesquisa PIBID e Residência Pedagógica, além das inúmeras declarações de universidades que já estão com dificuldades para pagar despesas básicas, como energia elétrica e materiais de limpeza. Denunciaram de forma enérgica que o ensino remoto e a EaD não são medidas emergenciais do período da pandemia, mas que o MEC, seguindo as cartilhas do Banco Mundial, busca por sua implementação permanente, que se configura como o cavalo de Tróia para o avanço das medidas privatistas na educação. Outra denuncia foi feita por um estudante, repudiando a criminosa realização do ENEM, que anuncia a exclusão ainda maior dos filhos do povo do acesso ao ensino superior público, e exigindo seu cancelamento imediato até o momento em que estes estudantes possam se preparar.

Também abordaram a Base Nacional Comum – Formação de Professores (BNC- FP) que foi decidida de forma antidemocrática e imposta, ferindo não apenas a autonomia universitária na escolha de seus currículos, como também fragmenta não só o curso de pedagogia como de outras licenciaturas, desvalorizando e tirando o carácter científico da formação docente, reduzindo o professor a uma espécie de mediador- tutor. A BNC-FP está alinhada a BNCC que impõe competências e habilidades que devem ser seguidas pelos professores como se fossem meros “aplicadores”. A BNCC se apresenta como cartilha sendo mais uma medida que busca impor uma notória redução e desvalorização do ensino crítico e transformador, colocando a educação a serviço do mercado privado e dos monopólios da educação, criando apenas reservas para o mercado de trabalho.
Houve também denuncia a respeito do aumento da taxa de alimentação no Restaurante Universitário (RU) da UFPa para visitantes (R$ de 3 reais, para R$ 10 reais), aumento acordado de portas fechadas, pois o RU continua sem funcionar deixando milhares de estudantes e trabalhadores que dependiam e se alimentavam na universidade em vulnerabilidade alimentar durante todo esse período de pandemia. Um aumento que deve ser não somente denunciado, mas barrado pelos estudantes e trabalhadores!

Por fim, foi relembrado e saudado a vitoriosa Greve Geral da UNIR que no presente ano completa uma década, exemplo de combatividade e luta para o movimento estudantil, além de saudar a Ocupação do RU da UFPR que ocorreu recentemente mostrando que os estudantes devem e podem gerir os assuntos das universidades, tomando-as em suas mãos! Os estudantes colocaram a necessidade e defesa do retorno das aulas presenciais e que somente com a tática da greve de ocupação os cortes e a privatização irão ser barrados!
Estudantes, professores e trabalhadores da universidade que estavam passando se mostraram de acordo com as pautas colocadas, demonstraram apoio a luta do estudantes por suas justas reivindicações colando os adesivos distribuídos por estes em suas camisas, torcendo para as pautas trazidas pelos estudantes ganhem mais força por todo o país, deixando claro seu desejo de que a universidade volte a funcionar totalmente e esteja alinhada às necessidades do povo.
Após a aula pública os estudantes realizaram atividade de colagem de cartazes pelos corredores da universidade exigindo o imediato retorno às aulas presenciais e contra os cortes de verbas das universidades configurando uma vitoriosa atividade no Dia Nacional de Lutas da Pedagogia!



