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Alunos da UFV (Universidade Federal de Viçosa), em Minas Gerais, fizeram hoje um protesto contra o aumento de quase 500% no preço dos RUS (restaurantes universitários), passando dos R$ 1,90 cobrados atualmente para R$ 9,00.
Presencialmente em frente à entrada do campus em Viçosa, os estudantes se mobilizaram com faixas e cartazes contra o acréscimo no valor. Nas redes sociais, foram feitas muitas publicações sobre o tema com citações a “#UFVTaOsso” e “#9ReaiséEsculacho”.
Os alunos temem que o aumento cause evasão estudantil. O tema ainda está em análise e precisa ser aprovado para entrar em vigor. Por outro lado, a UFV argumenta que não são feitos reajustes há 15 anos, desde 2006. Diz, também, que a mudança é necessária devido aos cortes no orçamento da instituição e à redução do repasse de recursos do Pnaes (Programa Nacional de Assistência Estudantil), que apoia estudantes em vulnerabilidade econômica, com renda inferior a 1,5 salários mínimos.
“Se essa política não fosse repensada, a UFV precisaria, para 2022, de cerca de R$ 20 milhões para manter os restaurantes. Isso significaria o dobro do previsto pelo Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para o Pnaes, considerando a alimentação estudantil”, diz um comunicado da Universidade.
O aumento no preço da refeição do restaurante universitário é reflexo da política de privatização e destruição das universidades, que ocorre através do corte de verbas e sucateamento cada vez mais profundo dessas instituições. Com o corte de mais de 1 bilhão de reais na área, as universidades estão ameaçadas de fechar as portas por falta de verba.
Frente a essa série de ataques, é tarefas do movimento estudantil, em conjunto com professores, funcionários e demais trabalhadores, empreender uma luta combativa e sem conciliação. A única forma de impedir o fechamento definitivo das universidades, é abrindo-as, tomando-as em nossas mãos e decidindo seu destino. O momento exige garra e ousadia e só um movimento independente, combativo e classista pode cumprir tal encargo.