A Executiva Nacional dos Estudantes de Pedagogia manifesta seu repúdio aos intentos golpistas do dia 08 de janeiro de 2023. Rechaçamos o fracassado ato bolsonarista que visava dar um golpe de Estado para impor um governo fascista, ainda mais reacionário e antipovo que o atual. Denunciamos este ato criminoso e exigimos a punição dos responsáveis.
Os golpistas, muitos deles acampados em frente a quartéis do exército desde a derrota eleitoral do genocida Bolsonaro, foram financiados principalmente por latifundiários, empresas do chamado agronegócio, bem como outros empresários reacionários. Obtiveram o aval para seus ataques por parte do ACFA que cacarejou aos quatro ventos que tais acampamentos – regados a churrasco de picanha e bebedeira – eram manifestações democráticas e direito de liberdade de expressão. Ora, o que estes senhores entendem de democracia e liberdade de expressão se não foram os mesmos que estiveram a frente do regime militar fascista (1964-1985) que impôs o terror, perseguição, tortura e assassinato àqueles que ousavam denunciar os crimes dos gorilas e se levantavam em luta contra tal regime?
Tais acontecimentos são sintomas da aguda crise em que se arrasta o país há anos, na qual as diferentes forças das classes dominantes digladiam-se para ver quem encabeçará o governo, aumentando a exploração, a opressão, retirando todos os direitos democráticos conquistados pelo povo em luta, empurrando, dessa forma, uma ampla parcela da população para uma condição de fome e miséria cada vez maior. Ao mesmo tempo em que move céus e terra para garantir os superlucros dos grandes monopólios, dos banqueiros e latifundiários, aumenta, dia após dia, a repressão à luta popular, na cidade e no campo.
Nesse sentido, cabe destacar que os recentes ataques que a educação pública e gratuita tem sofrido – que se configuram como o maior ataque privatista da história do país – expressos na implementação da EaD, o corte de verbas que ameaça as universidades de fecharem suas portas, a destruição completa dos órgãos de fomento à pesquisa e produção científica, as contrarreformas curriculares, dentre outras medidas draconianas, serviram e seguem servindo para pavimentar o terreno para o crescimento das hordas bolsonaristas e fascistas atentando diretamente à autonomia e democracia universitárias, fazendo reinar o obscurantismo e a anticiencia, bem como para tolher a organização popular e a luta por direitos nas escolas e universidades.
Dessa forma, aos estudantes, professores, trabalhadores em educação e todos aqueles democratas honestos, cabe hoje, elevar sua organização, sob a bandeira da independência e da combatividade, como condição indispensável para se combater a reacionarização e a fascistização do Estado brasileiro, assim como para barrar a ofensiva privatista na educação. Vejamos que a escolha dos nomes para os altos cargos do MEC e suas secretarias, por parte do governo atual de Lula e sua frente ampla, indica que o caminho privatista seguirá sendo o carro chefe das políticas educacionais para o país. Diante desse cenário, urge a todos os verdadeiros defensores e defensoras da educação pública e gratuita levantarem alto a bandeira da combatividade e da independência, elevando sua organização em cada escola e universidade, tomando todas em suas mãos através das greves de ocupação, de forma a defendê-las com unhas e dentes dos privatistas e dos elementos mais podres e reacionários que tem saído do esgoto sob a faceta do bolsonarismo. Não passarão!
Brasil, 16 de janeiro de 2023.
Executiva Nacional de Estudantes de Pedagogia