Desfraldando as bandeiras da luta combativa e independente, o Comando de Luta Estudantil da UFOP, que tem contado desde seu surgimento com o apoio da ExMEPe organizou um vitorioso e combativo ato na UFOP campus Ouro Preto no dia 01/03, apontando o caminho da luta contra a privatização da universidade pública e da água de Ouro Preto!
O ato teve como principal pauta a denúncia das medidas absurdas da reitoria da universidade que tem repassado aos estudantes das moradias universitárias as contas de energia elétrica e exigido que a titularidade da conta passe para um representante de cada casa. Os estudantes das moradias são de outras cidades que passam por avaliações socioeconômicas para provar que não tem condições de pagar aluguel em Ouro Preto e se manter na universidade. Não bastasse esse absurdo, a pró – reitoria de assuntos comunitários e estudantis (PRACE, que deveria cuidar da “assistência” aos estudantes!) enviou ofício no dia 11 de fevereiro aos com advertência, ameaçando os estudantes caso não aceitem as condições impostas que podem perder o direito a moradia e mesmo ter bolsas de assistência cortadas!
Junto a denúncia do problema da energia elétrica, os estudantes protestaram contra a postura autoritária da reitoria, que se cala frente a todas as reivindicações estudantis, diz em assembleias e conselhos universitários que ouvirá as demandas mas logo em “canetadas” aplica medidas contra os estudantes e corroborando com a destruição da universidade pública. Na semana do ato, em conselho universitário a reitora Cláudia Marliére interrompeu uma estudante que fazia leitura de uma carta com críticas e reivindicações mandando-a calar a boca. Há vários vídeos circulando entre os estudantes com registro desse fato. Também no ato se denunciou a privatização da água da cidade, o sucateamento da UFOP, prédios que precisam de reformas urgentes, unificando as lutas numa única e mesa luta: em defesa do ensino público e gratuito e do direito a água e defesa da soberania da nação.
O ato se iniciou com concentração em frente ao Restaurante Universitário, a partir das 11:00, com confecção de cartazes e faixas. Logo, se iniciaram intervenções e puxou-se palavras de ordem, como “sou estudante de moradia, e não pagar a energia!”, “sou estudante de Ouro Preto, e digo alto, a água é um direito!”, “avante, avante, avante juventude! A luta é o que muda, o resto só ilude!”. Logo abriu-se para intervenções, onde o Comando de Luta expôs o processo de construção do ato até ali, com persistência, passagens em sala, panfletagens, o debate dia 15 de fevereiro que deliberou o ato ali realizado. Convocou os estudantes a tomarem parte do Comando, e que a luta continuaria até a garantia dos direitos dos estudantes.

Logo, houveram intervenções de uma estudante secundarista se somando a luta em defesa da universidade pública e prestando apoio ao ato, intervenção da ExMEPe denunciando a passagem das contas de energia elétrica para os estudantes como expressão do avanço da privatização da universidade pública; intervenção do Comitê Sanitário prestando solidariedade a luta e denunciando a privatização da água da cidade. E encerrando o ato em frente ao R.U. um estudante das moradias fez uma importante fala, apontando todo o descaso e desrespeito aos estudantes por parte da PRACE e reitoria, expondo a situação precária das moradias e reafirmando que as moradias são direito conquistado e que não arredarão pé de garanti-lo!


Após convocar os estudantes a terminarem o almoço e tomar parte do ato, o Comando organizou uma passeata até a PRACE. Os estudantes com faixas e cartazes exclamaram suas palavras de ordem, até que a pró – reitora saiu para fora. Como sempre da burocracia universitária, com seu descaso aos estudantes, a pró – reitora teve coragem de dizer aos estudantes que acompanhassem o envio das informações, que não havia nenhum problema no processo de transferência das contas de energia, que os alunos eram bem assistidos e que suas constantes solicitações de melhorias nas moradias, que enfrentam inúmeros problemas (infestação de animais peçonhentos, falta de água, caixa d’água estragada, falta de chuveiro elétrico, mofo e infiltração) eram atendidas. Só jogou mais lenha na fogueira da revolta dos estudantes. Mas sobre os cortes de verbas, o sucateamento da universidade não havia nem uma palavra. Tampouco a falta de democracia universitária, em que todas as medidas vem de cima e os estudantes que engulam.
Vendo que dali não sairia nada, os estudantes deliberaram construir uma manifestação na próxima quinta, dia 09/03, em frente a reitoria da universidade para exigir resposta para todas as situações apresentadas. Também deliberaram participar do conselho de entidades marcado para dia 02, e cobrar a presença de todas as entidades de base da universidade apoio e participação na construção dessa luta.


O processo de construção dessa vitoriosa manifestação!
Foi demarcando com o imobilismo das diversas correntes oportunistas do movimento estudantil na UFOP que estudantes independentes conformaram o Comando de Luta Estudantil da UFOP, contando com apoio da ExMEPe.
Após debates e reuniões, o Comando de Luta organizou uma mesa para debater a Privatização da Universidade Pública e da Água de Ouro Preto. Contrariando falas de movimentos imobilistas de que os “estudantes não se mobilizam”, o Comando arregaçou as mangas, fez passagens em sala, panfletagens, e realizou a vitoriosa mesa com a presença de mais de 60 estudantes no dia 15 de fevereiro!




A mesa foi aberta pelo Comando de Luta, que expôs o objetivo do debate e mostrou fotos da situação calamitosa que vivem os estudantes das moradias em Ouro Preto e Mariana, com infestação de animais peçonhentos, infiltrações e mofos, caixas d’água estragadas, falta de móveis, falta de chuveiros elétricos, bem como mostrou o ofício da pró – reitoria de assuntos estudantis ameaçando os estudantes com uma advertência, de que se não aceitassem pagar as tarifas de energia e assumir a titularidade da conta, “perderiam” o direito a moradia (ou melhor, seriam despejados) e mesmo o direito a bolsas de permanência.
Ainda nesta mesa participaram o Comitê Sanitário de Defesa Popular se somando a luta estudantil, trazendo o histórico da luta contra a privatização da água em vídeo para inspirar a todos. Um estudante das moradias trouxe o relato e a denúncia do descaso da PRACE, que tem sido ágil em ameaçar os estudantes a aceitar o pagamento das tarifas de energia mas não atende nenhuma reivindicação de reformas e melhorias das moradias. Convidado a somar na construção desse movimento, o DCE da UFOP compôs a mesa, e representantes de correntes oportunistas do movimento estudantil na gestão só souberam dizer de tentativas de pressionar dentro da burocracia a UFOP, mas nada propuseram de concreto para levar a luta a frente. Frente a proposta do Comando de Luta de construir a manifestação no dia 01, tiveram de assumir o compromisso de tomar parte do ato.
A construção da manifestação contou com ampla mobilização feita pelo Comando de Luta, com assembleias com os estudantes das moradias, panfletagens nos prédios e no RU, divulgação em redes sociais e reuniões online do Comando de Luta. Mostrando todo seu imobilismo, correntes oportunistas na gestão do DCE impuseram que a entidade não apoiasse o ato, com a justificativa de que ele não poderia participar de um ato na UFOP que não fosse puxado por ele(!), pois isso era passar por cima da sua responsabilidade como representação máxima estudantil, e que só se poderia fazer um ato se fosse aprovado no conselho de entidades de base. E enquanto essa boa vontade não saísse, os estudantes que aguentassem os ataques! Foi exatamente para se contrapor a esse tipo de imobilismo no movimento estudantil que estudantes independentes decidiram conformar um Comando de Luta e lutar de verdade pelos seus direitos!

A manifestação do dia 01, como fruto de um processo persistente de mobilização dos estudantes, partindo de suas reivindicações justas e imediatas, só prova a força que tem o ME independente e combativo. Passando por cima do burocratismo e imobilismo os estudantes que compõe o Comando deram contundente recado a reitoria da UFOP, aos privatistas e ao oportunismo imobilista: não aceitaremos nenhum ataque aos nossos direitos!
VIVA A LUTA INDEPENDENTE E COMBATIVA!
ABAIXO A COBRANÇA DE ENERGIA DOS ESTUDANTES DAS MORADIAS UNIVERSITÁRIAS DA UFOP!
ABAIXO OS CORTES DE ÁGUA NA CIDADE DE OURO PRETO!
CRESCE, CRESCE, POR TODO O BRASIL, O NOVO MOVIMENTO COMBATIVO ESTUDANTIL!