No dia 15 de março, estudantes, professores e trabalhadores da educação da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e de colégios da cidade realizaram uma manifestação conjunta contra a precarização do trabalho docente, a privatização da educação pública, pela revogação da Lei Geral das Universidades (LGU) e do “Novo” Ensino Médio (NEM). Como forma de impulsionar a luta, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) – Gestão UEM Presente enviou uma carta a todos os estudantes e professores da universidade, convidando-os a se somarem às atividades que ocorreriam no quarta-feira, tornando as aulas em verdadeiros espaços de mobilização e politização.
O dia 15 em Maringá foi parte de uma luta conjunta entre as universidades estaduais e de uma luta nacional pela revogação do NEM. Como parte das atividades a nível estadual dos docentes por contratos e condições dignas de trabalho, por reajuste salarial (que está defasado em mais de 40%) e pela revogação da LGU, os sindicatos da universidade, SESDUEM e SINTEEMAR, aderiram à luta, paralisando suas atividades e fazendo mesas de discussão e panfletagens.
Durante o período da manhã, enquanto ocorria na UEM uma discussão sobre a situação da universidade pública, acontecia no Colégio de Aplicação Pedagógica da Universidade uma assembleia estudantil, onde os secundaristas entoaram palavras de ordem e externaram sua revolta contra o NEM, exigindo sua revogação.

À tarde, os professores realizaram outra mesa de conversa, dessa vez enfocando as condições de trabalho na UEM.
No período da noite, aproximadamente 100 pessoas, entre estudantes universitários, secundaristas, professores, pais e mães, participaram da manifestação convocada pelo Diretório Central dos Estudantes – Gestão UEM Presente em apoio à luta docente, em defesa da universidade pública e gratuita e pela revogação do NEM.


Entoando palavras de ordem como “Eu quero estudar, o ‘novo’ ensino médio veio só pra enganar!”, “Ô governo, cê vai me escutar, o “novo” ensino médio nós vamos derrubar”, “Não tem defesa, não tem remédio, abaixo o novo ensino médio” e “De ‘novo’, de ‘novo’, de ‘novo’ não tem nada, o ‘novo’ ensino médio na verdade é cilada”, os manifestantes marcharam por várias avenidas principais de Maringá, passando pela tradicional feira no centro da cidade, angariando o apoio de pedestres e motoristas que passavam.


Chegando perto do terminal urbano do município, os manifestantes entraram no mesmo e fizeram um jogral. Durante a intervenção, panfletaram para a população e expuseram a razão da manifestação, denunciando a precarização do trabalho docente, a privatização e a reacionarização da educação pública, o ataque ao direito de estudar e aprender que representa o NEM e convidaram a população que aguardava no terminal para lutar pelos seus direitos, exigindo transporte e saúde pública de qualidade e uma educação que sirva ao povo e à Nação, apontando o caminho da Greve Geral de Ocupação para barrar todos os ataques à educação pública e gratuita. Durante o jogral, duas trabalhadoras que estavam no terminal acompanharam atentamente a intervenção, aplaudiram e tomaram parte da manifestação, juntando-se aos manifestantes durante o restante do trajeto até a universidade.

Retornando à UEM, a manifestação foi finalizada com uma saudação aos professores pela luta que desenvolveram no dia, com os estudantes reafirmando seu compromisso de apoiar a luta docente e convocando a categoria a lutar ao lado dos estudantes nas várias batalhas que travam, unindo forças em defesa da educação pública, gratuita e a serviço do povo, e tendo a Greve de Ocupação como o principal caminho, historicamente comprovado, para conquistar todos nossos direitos.